segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Brava Gente Brasileira

Impossível não emocionar-se com a demonstração de alegria do carnaval brasileiro. Entra ano sai ano, o coração bate mais forte, o pulso acelera, as lágrimas rolam. Ainda mais para mim, morando aqui na presidente vargas, ao lado do sambódromo.
Infelizmente tudo tem um custo, principalmente social, que não pode ser ignorado. O nosso subdesenvolvimentismo aflora em cada momento. As ruas não tem banheiros químicos suficientes, muito menos lixeiras. Pela manhã, o que se vê é um mar de lixo e urina por toda a parte. Os mais abonados ficam nos luxuosos camarotes ou no alto dos carros; as rainhas de bateria, em sua maioria são loiras platinadas, em detrimento das mulatas da comunidade. Aos desfavorecidos, resta ensaiar na quadra durante três ou quatro meses antes para ganhar a fantasia, ou pagar mais barato por um lugar nos setores 1, 11 e 13, os piores.
Hoje pela manhã caminhando pela presidente vargas, não pude deixar de emocionar-me com as dezenas de famílias de camelôs dormindo, extasiados, jornada ingrata, em todos os cantos.
A julgar pelos péssimos investimentos em educação dos políticos brasileiros ainda vair perdurar por muito tempo.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

carnaval

Estava tudo pronto, logo ela que adorava carnaval. Apesar de morar no Rio nunca tinha passado o carnaval na marquês de sapucaí; comprou dois ingressos, comemoraria o aniversário de namoro.
É claro que não seria tão fácil assim. Faltava convencer o namorado, pouco afeito a folias carnavalescas. Pelo menos era isso o que ele confessava nestes onze meses de relacionamento. Em uma conversa decisiva convidou-o para a festa. Realmente não foi desta vez. Explicou que não conseguia imaginar uma festa que durasse doze horas. E ela entendeu as razões, tinha uma ponta de verdade. Convidou uma amiga e foi, toda serelepe rumo à avenida.
O espetáculo era realmente tudo o que falavam, na primeira escola ficou maravilhada; era muito melhor do que na tv. A melhor parte era quando a bateria se aproximava; impossível ficar parada. Máquina digital à tiracolo não sabia se assistia à tudo ou documentava.
E foi então que um inesperado abreviou a sua festa, uma enxaqueca terrível, dessas que a gente só tem uma vez no ano, obrigou-a deixar a avenida às pressas rumo ao conforto do lar; só conseguiur ver duas escolas.
Foi quando descobriu que o namorado não odiava o carnaval tanto como dizia: encontrou-o ainda na sala, fantasiado, confetes, serpentinas, maquiado, branco igual a giz de cera, com uma garota, tão parecida com você.
Não houve palavras, nem despedidas, nem choro, nem vela.
Desilusão é uma coisa boa: significa que você não está mais iludida.