terça-feira, 19 de abril de 2011

Cibele Dorsa

Ele bebia e se drogava como o fazem aquelas pessoas que insistem em fazer de tudo para nos deixar, quando nós, se pudéssemos, moveríamos mundos e fundos para não perdê-las.
Sim, porque este é o objetivo: prover uma carga tão grande de tristeza e culpabilidade que, quando conseguem, levam consigo, também, uma parte, quando não um todo, das pessoas que o amavam.
E se você não tem uma base religiosa forte, uma força moral e filosófica edificante, viver torna-se algo angustiante e sem fim.
Pior que a perda, o remorso. Antes a dor, do que a angústia e o arrependimento de achar que poderia ter feito mais.
E como é fácil rotular e analisar quando nunca se viveu algo semelhante. Dia após dia olhar as fotos, conviver com as lembranças...
É preciso aprender a conviver com a perda, com a inevitabilidade da morte e, acima de tudo, com as pessoas queridas que insistem em querer apressá-la.

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