Sempre achei que o dinheiro comprava tudo. Por isso sempre lutei por ele com afinco. Tive uma infância difícil e, quando consegui melhorar de vida, não economizei em gastos. Naturalmente tal comportamento acompanhou a minha vida afetiva. Sempre me relacionei com mulheres bonitas e gastadeiras, de preferência louras. E quer saber de uma coisa: eu adorava. É óbvio que eu sei que muitas delas estavam comigo só por causa da grana. Não, eu não sou feio, mas eu sei que que o dinheiro ajuda e muito. Eram relações complementares.
Tudo ia bem até eu conhecer a Raquel, por quem estou completamente apaixonado. Para começar ela é muito nova, tem apenas 18 aninhos, parece até menos. Foi amor à primeira vista, embora até então eu nunca tivesse acreditado nisto. E desde o primeiro momento, nunca aceitou que eu pagasse nada para ela. Tal comportamento surpreendeu-me deveras. Apesar de ter quase o dobro da idade dela, ela tem todo o controle da relação. É ela quem decide onde e quando vou poder vê-la; nunca mais de duas vezes por semana. É linda como poucas mulheres que vi em minha vida, está sempre bem vestida, perfumada e quase nunca fala nada. Durante o tempo em que estamos juntos, beija-me o tempo todo, me abraça, faz cafuné, diz que me ama e que me adora e que sou o homem da vida dela. Mas só durante este tempo. Diz que não pode encontrar-me mais vezes pois não tem tempo. Não sei onde mora, sei que é na Tijuca e com a avó, nada mais. Se faço mais perguntas, fica zangada ou desconversa. Não tem orkut, ou e-mail, ou se tem não quer me dar. Não aceita minha carona, sempre vai embora de táxi.
Semana passada, brigamos por causa do pouco tempo que a vejo. Na verdade eu briguei com ela, que ficou calada o tempo todo. Foi embora e terminou comigo pelo telefone, dizendo que talvez estivesse enganada a respeito do sentimento por mim. Eu disse cobras e lagartos, chamei-a de infantil e disse que jamais deveria terminar com alguém pelo telefone. Não queria nunca mais vê-la.
No outro dia, inconsolável, acabei ligando e fizemos as pazes. Ela me disse que estava arrependida e que percebeu que gostava muito de mim e que sentia a minha falta. Fiquei feliz. Mas nada mudou. Ela continua controlando tudo. Acabo cedendo por medo de perdê-la. Até hoje não transamos; ela diz que ainda cedo e tem medo que eu possa abusar dela e depois ir embora. De certa forma eu acho lindo, mas estou angustiado.
E eu que sempre tive o controle de meus relacionamentos, sinto-me agora como um adolescente, impotente diantes dos fatos, tendo que constatar que todo o meu dinheiro não pode fazer nada diante de uma mulher que não pode ser comprada.
Tive que lembrar de Frank Capra:
" A felicidade não se compra."
Um comentário:
Adorei sempre que possível estou lendo seu blog e cada vez gosto mais.
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