Qual a razão do sucesso do big brother, alguns perguntam. Por que nomes como Dourado ainda resistem ? Como o goleiro Bruno do Flamengo faz uma declaração daquela ? (para quem estava em Marte, " Quem é que nunca saiu na mão com a mulher ? " ).
Simples, simples, simples. Porque mostram a nossa essência. Porque ousam externar, o que em público procuramos esconder. Sim o brasileiro médio é homofóbico, bate em mulher ou acha que elas não podem exercer determinadas atividades, é racista, tem preconceito com os nordestinos...
Obviamente, o pudor e o medo das leis nos condenam ao comedimento, mas vá lá tomar umas a mais no bar e é um desfile dos nossos preconceitos mais arraigados. Alguns como Paulo Francis, Amaral Netto, General Newton Cruz, Figueiredo, diziam o que pensavam e foram hostilizados, mas faziam um enorme sucesso em determinados círculos. Francis era um dos articulistas mais lidos, Amaral Netto venceu sucessivas eleições...expressavam seus preconceitos sem pudor.
É como se seus seguidores pensassem, eu não tenho coragem de externar, talvez nem concorde, mas que no fundo o que ele fala tem um fundo de verdade, aí isso tem. Toda mulher gosta de apanhar, disse Nelson Rodrigues para horror das feministas. Uma "vênus lasciva" descreveu o então advogado de Doca Street, assassino confesso da pantera de minas Angela Diniz.
Hoje temos alguns poucos representantes, como o Diogo Mainardi, que expressa seus preconceitos, mas não assume que são preconceitos. Já o deputado Jair Bolsonaro não tem a menor vergonha. Com isso vai garantindo o mandato de cada eleição.
Dizem alguns pensadores que cada povo tem o governante que merece. Então estamos realizados, um presidente que não gosta de ler e assume, que delega à esposa um mero papel figurativo( um retrocesso em relação à Ruth Cardoso), um povo que ao invés de se preocupar com as leis que ditam normas, levando o brasileiro a pagar um dos mais altos impostos do mundo, ficam preocupado com quem vai ganhar o big brother, como foi a rodada do fim de semana, com quem vai ficar a heroína da novela da oito. Assim fica difícil.
Na verdade o big brother revela a nossa verdadeira essência, um povo que não gosta de ler, que adora um jeitinho, joga lixo no chão, paga propina, sonha em ganhar um dinheiro mole, adora um concurso público, emenda feriados. Como dizia o falecido Roberto Campos: não há perigo de melhorar.
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