sábado, 1 de setembro de 2012

Alexandre


  Vaidade.

   E como é fácil quando não é comigo. Escutar  teu sentimento, tua vontade, um desejo. Saber não poder corresponder, e calar-se, sem resposta, sem esperança, sem nada. E dessa negligência veio a perda, tão desnecessária, tão rápida e surpresa. E até nesse momento o egoísmo aflora, de um remorso que corrói e machuca, de uma vontade de desculpar-se que não pode ser realizada.

  Choro por mim, mas choro principalmente por você, pela tua falta, pela vontade de estar no teu lugar, com teu sorriso doce, alegre, espontâneo, de uma brevidade que não escolhe virtudes, de uma melancolia que percorre e se completa, nos momentos difíceis, nas lembranças dos momentos vividos e não vividos, das histórias não compartilhadas, das saudações entrecortadas.
   E essa despedida que não pôde ser realizada, do tempo de um sonho cortado pela metade, eu estive tão perto, tão confiante numa vida eterna, de um filme de final feliz, num comprometimento não idealizado, de que no final tudo dá certo.
   E na tua coragem naquele momento tão seu, de acreditar que tudo seria possível, de oferecer o melhor de si, nessa singeleza tão pura por onde vivem os apaixonados. Buscando na força da tua fé e do teu trabalho, chorando sozinho, idealizando um happy and possível, por que não? Encontrando às vezes, falando trivialidades, desconversando, mudando de assunto.


   E quem sabe Alê, na tua última imagem, no choro contido, no teu caráter, eu possa recuperar a minha dignidade. E saber que talvez no dia do  nosso reencontro, em outras vidas certamente, eu possa te abraçar e dizer sim, me perdoa, principalmente pelo que eu não te disse para que eu  também, assim como tu, descanse em paz.
  

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