Brigaram feio. Mais uma vez. Já deveriam estar acostumados. Ela chegou em casa chorando, jurou nunca mais vê-lo. Cachorro safado, viu três mensagens de mulheres no celular dele. Aproveitou para apagar todas as fotos do Orkut. Logo agora que iriam comemorar cinco anos juntos.
Bem que mamãe falou: filhinha nenhum presta, a começar pelo teu pai. Não sei como estou com ele até hoje. Mas gostava dele. Este era o problema. Não parava de pensar. Mas tinha que dar um jeito. Quer saber de uma coisa? Eu vou lá na casa dele. Não vou deixar barato.
Só tinha um problema. Eram quatro horas da manhã. Um horário um tanto incoveniente. Mas tudo bem. Incoveniente foi ele em sair com a primeira vagabunda que encontrou na frente.
Como tinha a chave, foi sem avisar. Ele não estava em casa. Aproveitou para revirar tudo meticulosamente, procurando sinais delatores. O safado era esperto. Não encontrou nada.
Quando menos esperou, ele chegou. Bêbado. O que você está fazendo aqui? Não terminou tudo comigo. Não disse que não quer mais nada. Que eu não presto.
Não presta mesmo. Cachaceiro, pinguço, bebum, pé-de-cana. Eu não sei porque acreditei tanto tempo em você, bem que minhas amigas falaram. Tu não vale nada. Tu é tão safado que nem tua família te quis. Renegado.
É, sou ruim mesmo. Você é que é a santa. Está fazendo o que aqui na casa do demônio. Mete o pé, vai embora. Eu não presto mesmo.
Tu não fala assim comigo não, que eu meto a mão na tua cara. Tá pensando o quê? Nem meu pai fala assim comigo.
Tenta vai, quero ver se tu consegue?
Ela tentou, ele segurou. Não houve mais brigas. Só o cheiro forte do álcool e cigarro, lágrimas, suores, arranhões, beijos, te amos, te adoros, não sei viver sem ti, por que tu fazes isto comigo, sexo e sono muito sono.
" Eu amava aquele homem. Mas as brigas começavam a caminho do café da manhã."
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