Ronaldo fenômeno não tem paz. Jogador profissional desde a adolescência, campeão do mundo, diversos títulos conquistados, desacreditado, recuperado; não são poucos os adjetivos e percalços que os acompanharam durante quinze anos. Vítima de uma imprensa predadora, subserviente nos louros, implacável na lona, gostaria apenas de ser uma pessoa normal. Desculpe meu caro, impossível. Não terás o direito de ter barriga, tomar um porre, ser fraco ou promíscuo( quantos homens não o são), que mulher hoje teria coragem de pôr a mão no fogo pelo seu; acredito que nem a Igreja colocaria tantos são os casos de padre pedófilos. O fato é que tudo isto é reflexo da nossa cultura que busca pessoas perfeitas, plastificadas, modelos inatingíveis, defensoras da moral e dos bons costumes. Imagine a vida de Ronaldo; obrigado a ser um modelo a ser seguido vinte e quatro horas por dia. Tem que ser bom marido, jogador invencível, sempre sorridente, embaixador da ONU, pai exemplar. Eu te defendo Ronaldo, não pelas suas atitudes; dizem respeito apenas a você e as pessoas com quem relacionou-se. Defendo, porque pela primeira vez, te vejo mortal comum, como todos nós, fumando um cigarro(como é difícil parar), com uma barriga- o mais difícil de malhar na academia-, curioso em conhecer as fraquezas humanas expostas para qualquer um nas esquinas do Rio de Janeiro.
As pessoas que criticam tão ferozmente, tenha certeza, não tem lugar garatido no paraíso, pois são tão humanas quanto você, se todos soubessem o que cada um fez no passado, talvez refletissem sobre o que falam da vida alheia cada vez que os lábios se mexem.
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