domingo, 13 de julho de 2008

Um domingo, um lugar.

Engraçado como não nos damos conta da rapidez com que nos cumprimentamos. De repente recebemos a notícia de que perdemos um amigo, um parente, um conhecido e, tentando buscar na memória quando foi a última vez que nos encontramos, o que lembramos? Um aceno, dois beijos no rosto, te vejo mais tarde, me liga, te passo um e-mail. Desculpas à parte, difícil não sentir um remorso, uma dorzinha no peito, uma vontade de voltar no tempo, aquela pizza talvez, um chopinho a mais no bar, uma conversa descontraída.
Sinto-me assim neste momento, meu amigo Pablo. Mal consigo acreditar que não nos veremos mais; céus com quem compartilhar Tolstói, Jorge Amado, Cora Coraliana hoje em dia. É como se fôssemos novamente aqueles dois caras desempregados, percorrendo maravilhosamente o Rio de Janeiro, assistindo como turistas embasbacados em quantos minutos se daria o pôr do sol.
Meu amigo Pablo, me arrependo sim, de não ter visto por mais tempo, de ter lido tantas notícias(inúteis, muitas), quando não desnecessárias, quando poderíamos ter curtido a nossa amizade de uma maneira muito mais proveitosa.
Você não está mais aqui, esta é uma realidade que terei que aprender a lidar, mas tenho certeza que em minhas orações, tentarei de alguma forma, chegar naqueles momentos em que, juntos, sonhávamos que a esperança e a fé é que definem a realidade de um ser humano.
Fique em paz.

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