quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sem cigarro.

Nem a Márcia acreditava. Fâ incondicional do tabaco e afins, lutadora fiel dos últimos fumantes da Terra, chegou lá em casa sem folego.
- Rô, agora nós paramos de fumar.
- Legal, nunca soube que vc queria parar. Qual a novidade, eu já tentei de tudo até hipnose.
- Sério, e a solução é tão ridícula que eu me pergunto a todo momento como não pensei nisto antes.
- Estou tentando te levar a sério!
- Sabe aquele lance da cobra?
- Cobra, eu não sei de cobra nenhuma, quer dizer no meu trabalho vivo cercado delas, mas acho que não vem ao caso.
- Escuta vai, lembra do colégio, aquela história que todo professor de biologia conta o antítodo é tirado do próprio bicho lá no Butantâ? Então é mesma coisa. Todos nós fumamos porque associamos o cigarro ao prazer, assim como as crianças quando são amamentadas; algumas continuam com o hábito mesmo depois de adultas...
- Sei, sei, continua.
- Pois é, eu conheci um indiano de nome esquisito que está no Brasil para uma palestra que me ensinou o segredo, tudo muito simples...
- Este é o problema.
- Sério e ele não me cobrou nada. É o seguinte, toda vez que der vontade de fumar, é só molhar o cigarro e tragá-lo, ou tentar para ser mais claro, durante alguns minutos.
- Isto é loucura, ficará um gosto horrível na boca.
- O objetivo é este. A idéia é de que o nosso cérebro associe o cigarro a esta sensação estranha, logo, toda vez que pensarmos em fumar estaremos impregnados deste amagor.
- É, faz sentido.
- Mas tem que fazer por, no mínimo uma semana.

Confesso que estava meio cético no início, por isso só hoje eu esteja contado isto no blog. Não precisei de uma semana não, com dois dias já não aguentava mais olhar para um cigarro na minha frente. Como eu fumei esta porcaria tantos anos?
A Marcinha só esqueceu de me dar o nome do indiano para eu incluí-lo em minhas orações.

Como eu não pensei nisto antes?

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