E aguardava na porta do colégio, entre as copas da árvores, com
ansiedade. E esperava horas, a despeito da humilhação da revista
íntima, nos presídios. Exames, consultas, alimentação, chá de bebê, 9
meses. E chorava, ria, você é lindo, trocava fralda,
preparava o café, passava a roupa, penteava o cabelo, abria a porta, mãe
estou de volta, o casamento não deu certo, a casa é sua meu filho.
Costurava para fora, comia por último, administrava os remédios, orava,
buscava, levava, amamentava, dava conselhos. Mas também brigava,
colocava de castigo, só amanhã, você precisa me ouvir, arrumava a
mochila, apertava o cadarço, ajeitava o cinto, abria a mochila, revirava
os armários.
Sim, ser mãe é não tirar férias, nunca, viver essa integralidade, é
chorar junto, separado, correr, preocupar-se, engolir mágoas, rancores,
não ser compreendida. E ainda sim, fazer de tudo e um pouco mais, nesse
instinto de sobrevivência tão puro, tão seu e tão incrível que faz que
com que a vida do filho seja mais importante que a dela própria.
Afinal, quer preocupação maior do que o medo de ir embora cedo demais e
não saber como os filhos viverão sem ela?
Sim, a vida está cheia de milagres e a maternidade é o mais lindo
deles, por mais necessário e, acima de tudo, inacreditável. Certa vez um
cristão pronunciou: " Deus quando criou o mundo, percebeu que não
poderia estar em todos os lugares. Então criou as mães." É uma maneira
simples e singela de homenageá-las.
O mundo seria um lugar terrível se não existissem as mães.
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