Pegamos a estrada e fomos...
Tenho uma natureza reclusa. Detesto sair de casa, shows de preferência os que duram duas horas, sou o primeiro a ir embora das festas. Fui feito para a retidão do lar, para a contemplação, sessões de leitura, meditação, boa comida e dormir. Só que chega uma hora que é preciso sair da toca. E foi o que fizemos, Alessandro, Paulo e eu.
Com o argumento de visitar uns clientes no Norte Fluminense, rodamos quase mil quilômetros por lugares paradisíacos. Eu nunca tinha feito uma viagem tão longa de carro. E foi maravilhoso. Fazendas, pradarias, canaviais imensos, casas de tijolo aparente, lagos pequenos e grandes, alguns formados pelas chuva intermitente. Bosques, olarias, plantações de eucalipto, haras, muros caiados em residências que pareciam perdidas no tempo. Ruas de paralelepipedos, carros fora de linha, estradas de barro, praias com mares revoltos, galinhas poedeiras e sotaques peculiares.
E as crianças? Todas lindas, risonhas, serelepes, perguntando o tempo todo sobre tudo, acompanhadas de professoras encantadoras e pacientes, ensinando, limpando, alimentando-as. Ainda se via nas praças os parquinhos, alguns centenários, assim como as árvores e seus pardais que vinham comer quase na nossa mão. E a culinária belíssima, de bolos e pães artesanais, frutas colhidas no pé, cafés com leite inigualáveis e almoços espetaculares numa orgia gastronômica que me custará quinze dias de dieta, no mínimo.
Ouvindo Barry White, íamos admirando a vegetação e seus vários tons de verde: claro, escuro, musgo, oliva.Quilômetros e quilômetros, alta voltagem, com pausa para dormir em hotéis de beira de estrada, mas confortáveis, num sono reparador para a longa viagem.
Voltei pro Rio energizado.
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